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O sobrepeso em adolescentes tem se tornado uma preocupação crescente entre profissionais da saúde e organismos internacionais.

Um estudo recente divulgado em 2025 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela UNICEF revelou um dado alarmante: até 2030, um em cada quatro adolescentes no mundo poderá ter sobrepeso ou obesidade.

A tendência é preocupante não apenas pelos impactos físicos, mas também pelos efeitos emocionais e sociais que acompanham esse quadro.

Com base em análises de mais de 190 países, o relatório destaca que, caso medidas efetivas não sejam implementadas, o cenário poderá se agravar nos próximos anos.

O Brasil está entre os países mais afetados, reforçando a urgência de iniciativas de prevenção e educação.

Neste artigo, explicamos de forma clara os dados do estudo, identificamos os fatores que contribuem para esse avanço, detalhamos as consequências mais comuns do sobrepeso na adolescência e apresentamos as ações que podem mudar esse panorama preocupante.

O que o estudo revela sobre o avanço do sobrepeso

O relatório da OMS e da UNICEF apresenta dados que colocam o sobrepeso e a obesidade infantojuvenil como uma das maiores crises de saúde pública do futuro próximo.

Segundo o levantamento, cerca de 750 milhões de crianças e adolescentes poderão estar com sobrepeso em 2030, sendo que uma parte significativa estará em situação de obesidade clínica.

No caso específico do Brasil, as projeções não são menos alarmantes.

Sobrepeso
Foto: khandevlal443/Freepik

Conforme os dados, o país pode ter até 25% de seus adolescentes afetados pelo sobrepeso ou obesidade dentro de apenas cinco anos.

Diversos fatores explicam esse crescimento, entre eles a mudança nos padrões alimentares, a redução da atividade física e a influência de fatores socioeconômicos.

Além disso, os pesquisadores destacam que a tendência se intensifica nas populações urbanas, onde as pessoas têm acesso mais fácil a alimentos ultraprocessados e adotam um estilo de vida mais sedentário.

Portanto, o problema é multifacetado e exige uma resposta ampla e coordenada.

Principais causas do aumento em jovens

Embora existam fatores genéticos que influenciam o peso corporal, o aumento do sobrepeso entre adolescentes está, em sua maior parte, relacionado a hábitos de vida pouco saudáveis e fatores ambientais.

1. Alimentação rica em produtos ultraprocessados

Nos últimos anos, a alimentação dos jovens mudou drasticamente.

O consumo de alimentos industrializados, ricos em gorduras, açúcares e sódio, passou a substituir refeições balanceadas, especialmente entre adolescentes de baixa renda, que têm muitas vezes acesso limitado a alimentos frescos e saudáveis.

2. Sedentarismo e excesso de tempo em frente às telas

Além disso, o sedentarismo tem crescido de forma paralela.

O tempo que antes era dedicado a atividades físicas e brincadeiras ao ar livre agora é, frequentemente, substituído por horas em frente a telas, seja com videogames, redes sociais ou plataformas de streaming.

Essa mudança reduz significativamente o gasto calórico diário dos adolescentes.

3. Fatores emocionais e sociais

Outro fator relevante é o impacto da saúde emocional. Problemas como ansiedade, estresse escolar, baixa autoestima e até depressão estão ligados ao comportamento alimentar disfuncional.

Em muitos casos, a comida se torna uma válvula de escape emocional, reforçando um ciclo difícil de quebrar.

4. Falta de educação alimentar nas escolas

Embora existam políticas públicas voltadas à nutrição, ainda há falhas na aplicação e na continuidade de programas educativos nas escolas.

Sem orientação adequada, os jovens acabam reproduzindo hábitos alimentares aprendidos em casa ou influenciados pela publicidade.

Portanto, o crescimento do sobrepeso não ocorre por acaso. Ele é resultado de um conjunto de fatores que, somados, contribuem para o avanço do problema.

Consequências do sobrepeso na adolescência

O sobrepeso em adolescentes vai além das questões estéticas. Ele pode provocar consequências graves tanto na saúde física quanto no bem-estar emocional e no desempenho social dos jovens.

1. Doenças crônicas e metabólicas

Adolescentes com sobrepeso têm maior risco de desenvolver doenças como diabete tipo 2, hipertensão arterial, apneia do sono e alterações nos níveis de colesterol.

Além disso, o acúmulo de gordura abdominal pode afetar o funcionamento de órgãos vitais.

2. Problemas de autoestima e saúde mental

Muitos jovens que estão acima do peso sofrem bullying, exclusão social ou desenvolvem baixa autoestima. Isso pode gerar distúrbios emocionais, como ansiedade e depressão, além de transtornos alimentares como a compulsão e a anorexia.

3. Impacto na vida adulta

É importante destacar que adolescentes com sobrepeso têm alta probabilidade de se tornarem adultos obesos.

Isso significa que, se nenhuma medida for tomada, os impactos tendem a se prolongar ao longo da vida, elevando o risco de doenças crônicas e limitando a qualidade de vida na fase adulta.

Assim, os efeitos do sobrepeso são profundos e exigem atenção especial desde cedo.

O que pode ser feito para mudar essa projeção

Embora os dados sejam preocupantes, é possível reverter esse cenário. Para isso, é fundamental haver uma mobilização coletiva que envolva governos, escolas, profissionais da saúde, famílias e a própria sociedade.

1. Fortalecimento de políticas públicas

O Estado pode ampliar o acesso a alimentos saudáveis nas escolas públicas, fiscalizar a publicidade voltada a crianças e adolescentes e investir em ações de educação alimentar e nutricional.

Além disso, políticas que estimulem a atividade física, como mais aulas de educação física e criação de espaços públicos adequados, são fundamentais.

2. Incentivo à prática de exercícios físicos

Famílias, escolas e comunidades devem valorizar e promover o movimento. Caminhadas, esportes coletivos e brincadeiras ao ar livre precisam ser parte da rotina dos jovens, não apenas como lazer, mas como parte do cuidado com a saúde.

3. Inclusão da educação alimentar nos currículos escolares

Escolas são espaços privilegiados para formar hábitos saudáveis. Com programas consistentes de alimentação e nutrição, os adolescentes podem aprender desde cedo a fazer escolhas alimentares mais equilibradas.

4. Envolvimento das famílias

Pais e responsáveis têm papel central na formação dos hábitos alimentares dos filhos.

Por isso, é importante envolver toda a família nos processos de reeducação alimentar, criando um ambiente que favoreça decisões mais saudáveis.

A mudança é possível, desde que todos se comprometam com ações constantes e bem planejadas.

Sobrepeso entre adolescentes é um desafio que exige ação

A previsão de que um em cada quatro adolescentes terá sobrepeso até 2030 é, sem dúvida, um sinal de alerta.

Essa tendência, se não for enfrentada, poderá comprometer seriamente o futuro de milhões de jovens e impactar diretamente os sistemas de saúde pública.

No entanto, é importante reforçar que essa realidade pode ser transformada. Com informação, educação, políticas públicas e ações conjuntas, é possível criar uma geração mais saudável e consciente.

O desafio é grande, mas o primeiro passo está ao nosso alcance: reconhecer a gravidade do problema e agir desde agora.

Se cada setor da sociedade fizer sua parte, governos, escolas, famílias, mídia e cidadãos, o futuro poderá ser bem diferente daquele previsto nas projeções.

Afinal, prevenir o sobrepeso não é apenas uma questão estética, mas uma escolha por saúde, bem-estar e qualidade de vida.

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